Mortos durante operação estavam envolvidos em 13 homicídios em Salvador, diz polícia

Última Notícias

Mortos durante operação estavam envolvidos em 13 homicídios em Salvador, diz polícia

Duas das vítimas, no entanto, não possuem passagens pela polícia; operação ocorreu nos bairros de Fazenda Coutos e Valéria
(Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO)

Os seis homens mortos durante a operação policial nos bairros de Valéria e Fazenda Coutos na última sexta-feira (7) estavam envolvidos em treze homicídios ocorridos na região entre os meses de fevereiro e julho deste ano, afirmou a Polícia Civil. De acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (10), duas das vítimas, no entanto, não possuem passagens pela polícia. Uma delas é o adolescente Adriano Jesus Santos, de 15 anos. 
Ainda segundo a polícia, apesar de não ter passagem pela Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), Adriano será investigado pelo seu envolvimento na quadrilha, uma vez que teve seu nome indicado por testemunhas e comparsas como participante dos homicídios.
A outra vítima que não possuía passagem pela polícia é Lucinei Cardoso Barbosa, o “Pinha” ou “Gago”, 34, que estava com a prisão decretada pela Justiça por ter participado da chacina que vitimou um sargento PM e outras três pessoas.
Os outros quatro homens têm passagem. Marcos Santos de Jesus, de 24 anos, por roubo de veículo, tráfico, homicídio, porte ilegal de arma, tentativa de homicídio e Lei Maria da Penha. José Márcio Cardoso de Jesus, 29, já havia sido preso por roubo de carros, e Hugo Leonardo Farias dos Santos, 22, tinha um mandado de prisão em aberto por homicídio, respondendo a inquéritos por receptação e roubo de veículos.
De acordo com a polícia, os seis reagiram à abordagem, em quatro confrontos distintos, disparando contra os policiais na última sexta-feira (7). Houve troca de tiros e todos foram socorridos ao Hospital do Subúrbio depois de feridos, mas não resistiram. Seis armas foram apreendidas com os traficantes mortos, duas pistolas calibres ponto 40 e 380, e quatro revólveres calibre 38.
Crimes
Responsável pela coordenação, o delegado Odair Carneiro, titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), afirmou que o grupo integra uma quadrilha responsável por dezenas de crimes, entre eles, o triplo homicídio dos traficantes rivais Fábio Conceição Brito, o “Cebola”, Ubiraí Albana Nascimento e um homem de prenome “Caíque”, mortos a tiros no dia 25 de fevereiro, em Fazenda Coutos.
Já em 9 de abril, o grupo executou o policial militar da reserva José Nilton de Aleluia, no Jardim Valéria. Outro triplo homicídio ocorrido em oito de junho é atribuído à quadrilha. Na ocasião, Edvaldo Lima da Paixão, Jeferson Pereira dos Santos e Juvenal Santos da Silva foram mortos, por eles, em Jardim Valéria.
(Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO)

Emerson Souza Santos, José Mateus Oliveira de Souza e um terceiro homem que sobreviveu também são vítimas do grupo. Os três foram atacados pela quadrilha na noite de 23 de julho, dois dias antes da chacina que vitimou o policial militar Osvaldo Costa da Conceição Filho, o filho dele Heillander da Silva Conceição e outros dois homens, também no Jardim Valéria.
Durante as investigações a todos estes crimes, o que chamou a atenção da polícia foi o relato de testemunhas quanto à violência com que agiam os criminosos. “Esta quadrilha tem como modus operandi torturar suas vítimas antes de matá-las, sempre com muita crueldade, utilizando facões e esquartejando os corpos”, salientou o delegado José Bezerra, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
FlagrantesDas 13 pessoas conduzidas ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), apenas cinco ficaram presas. Rodrigo Santos de Jesus, Mateus Gomes de Jesus, Leomar Batista da Visitação e Paulo Sérgio de Jesus Santos foram flagrados, nas localidades do Iraque e Lagoa da Paixão, em Valéria, com porções de cocaína, crack e maconha, dois coletes antibalísticos, balanças de precisão, facas, facões e R$ 9 mil, em dinheiro.
Já Everton Lucas Soares da Silva, foragido da carceragem da Delegacia Territorial de Santo Amaro, estava com um mandado de prisão em aberto por condenação a seis anos de prisão por tráfico de drogas, sendo surpreendido pela polícia, na Lagoa da Paixão, em Valéria. Lucas também era investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS) pela morte de Roberto Dias Lima, em quatro de junho, de 2015.
Bairros seguem normalidade após ocupaçãoTrês dias após serem ocupados por forças da Polícia Militar, os bairros de Valéria e Fazenda Coutos voltaram à rotina, na manhã desta segunda-feira (10). O comércio reabriu, as escolas e postos de saúde funcionaram e moradores saíram à rua.
O CORREIO percorreu as ruas dos dois bairros durante 1h30. Apenas duas viaturas foram vistas no local. Na entrada de Valéria, uma viatura estava posicionada próximo a um supermercado, mas sem policiais dentro. Na BA-528, nas imediações da entrada de Fazenda Coutos 3, uma viatura abordava motociclistas que passavam pela região.
Os militares verificaram documentação dos veículos e a revista dos motoristas e passageiros. Enquanto isso, dentro dos bairros moradores contaram que a rotina seguia igual à todas as segundas-feiras: com a feira de frutas e verduras na calçada, as filas nos postos de saúde e casas lotéricas, e a movimentação na porta das escolas e supermercados. "Todo mundo ficou assustado no primeiro dia, mas depois a gente acostumou", contou um moradora, em anonimato.
No entorno da Lagoa da Paixão - onde aconteceu a chacina de Valéria no mês passado e um dos motivos para a ocupação da Polícia Militar - moradores evitavam a reportagem. Apesar do clima um tanto tenso, a rotina seguia normal. O comércio não fechou e as crianças foram à escola.

Fonte:Correio da Bahia

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem